Referência
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários
à prática educativa. São Paulo : Paz e Terra, 2002.
Resumo
Na obra de Paulo Freire - Pedagogia
da Autonomia, a prática pedagógica torna-se eminentemente importante, pois,
contribui para que o educador deixe a cômoda posição de “ensinagem” para um
oposto de atuação traduzido no processo de realizar, criando possibilidades
para a construção do conhecimento.
Freire destaca a interação
entre aprender e ensinar, mostrando que quando um sujeito ensina, também
aprende e vice-versa. Não sendo, portanto, duas atividades separadas e sim
conectadas.
O ser humano é perfeitamente
capaz de ir além de seus condicionantes, e deve fazê-lo.
O educador deve
constantemente despertar no educando a curiosidade e sua insubmissão, para que
este aprenda criticamente. Pois o saber não deve ser simplesmente transferido.
Sendo importante para que o educando vá se transformando em sujeito da
construção e reconstrução do saber ensinado. O educador deve, portanto, não
apenas ensinar o conteúdo, mas acima de tudo ensinar a pensar certo. O mais importante
não é a quantidade de conhecimento e sim a qualidade. Pensar certo exige
reflexão.
O autor diz que ensino e
pesquisa estão interligados. E o educador deve transferir aos alunos os
conteúdos e quando estes são apreendidos, operam por si mesmos. Ensinar exige
uma superação e não uma ruptura, uma certa curiosidade; pois sem esta não
haveria criatividade. Sendo assim, os educadores devem despertar ou instigar a
curiosidade do educando. O professor deve manter na sua argumentação certa
segurança. Deve aceitar o novo e saber preservar o velho que encarna uma
tradição ou marca uma presença no tempo. Produzir nos alunos um diálogo
constante e uma reflexão crítica sobre a prática. O educando deve fazer e pensar
sobre o que está fazendo. Freire ainda afirma que, tomar consciência do que
está fazendo, ajuda a tornar-se um ser pensante, crítico e transformador. É
importante sempre questionar.
Freire alerta para o fato de
que o professor ao estar em uma sala de aula deve estar atento ao fato de que
esta ali para ensinar e não somente transferir conhecimento. Este é um fato que
não apenas deve ser apreendido pelo professor e pelo educando, mas também deve
ser vivido por eles.
Um professor crítico é uma
ser aberto ao conhecimento e as inovações, consciente de seu inacabamento, pois
segundo o autor, onde há vida há inacabamento. E que tomando conhecimento sabem
que as barreiras não se eternizam. Este sujeito estará em um permanente
processo social de busca. A curiosidade torna-se neste caso um fato que gera e
abre caminhos para o saber. Já a memorização acaba castrando a liberdade do
educando de aventurar-se por si próprio. É importante lembrar que homens e
mulheres se tornaram educáveis por que primeiramente tiveram a consciência se
seu inacabamento, e isso os fez irem busca de sua educabilidade.
O autor também discute sobre
autoridade e autoritarismo, licença e liberdade. O professor assim como o aluno deve conhecer
as diferenças entres essas ações. A responsabilidade do professor é
extremamente grande, nenhum deles passa sem deixar marca no aluno, deve aprender
a respeitar a autonomia, a dignidade e a identidade do educando. O professor
tem que gostar do que faz e acreditar que junto com os alunos podem aprender,
ensinar, instigar a busca e superar os obstáculos.
Necessário ainda repensar
sobre o fato de que não se faz necessário estar a todo instante estar falando
sobre a autoridade, pois ela por si só se faz presente. Um professor competente
exerce sem grandes esforços a autoridade e recebe o respeito dos alunos. A
autoridade não está no fato dos alunos permanecerem quietos, não está nos silenciados,
mas sim na dúvida que instiga. É sempre possível saber o que ainda não sabe
quanto saber melhor aquilo que já sabe.
Mas não pode ensinar aquilo que não sabe. O professor deve ser aquilo
que diz. Deve tomar uma posição.
O educador deve saber escutar
e não apenas falar. Nessa obra, portanto autor diz que escutar é mais que uma
habilidade auditiva, é escutar com abertura à fala, ao gesto do outro. Muitas
vezes o professor sem agressão pode sim, agredir o aluno, de maneira até mais
forte e permanente. Na relação com o outro que não fez as mesmas escolhas, não
se deve impor sua opinião. Viver uma abertura respeitosa ao outro.
Paulo Freire conclui que o
educador não deve instigar os sonhos impossíveis, e tampouco deve negar aos que
sonham o direito de sonhar. E que a arrogância intelectual não se faz
necessário no educador. Ele acredita que é necessário que o professor perceba
seu inacabamento para assim tornar-se um sujeito consciente de suas atitudes.
Comentários
Esta obra pode ser
perfeitamente lida e relida pelos profissionais da área de licenciatura e seus
educando ou qualquer um que queira saber um pouco mais sobre autonomia.
O autor aborda temas
importantes e muitas vezes esquecidos pelos que estão na sala de aula. Apesar
do livro quase parecer uma crítica ao professor, o autor reconhece as
dificuldades do educador e as aborda em diferentes ocasiões. Tomado de um
discurso regado a buscar a consciência do educador e do educando ele nos leva a
percorrer as linhas de sua obra com certa firmeza no que escreve.
O discurso do autor traz o
entendimento de que formar um(a) aluno(a) é muito mais que treinar e depositar
conhecimentos simplesmente e, ainda que, para formação, necessitamos de ética e
coerência que precisam estar vivas e presentes em nossa prática educativa, pois
esta faz parte de nossa responsabilidade como agentes pedagógicos. Ele fala da
esperança e do otimismo necessários para mudanças e da necessidade de nunca se
acomodar, pois "somos seres condicionados, mas não determinados".
Será que este livro de Freire teria contribuições a dar aos alunos?Em que sentido isso?
ResponderExcluirO.b.s. Fez um resumo denso.Manteve a articulação das ideias do livro.